Outdoor – Actividades de Aventura e Gestão do Risco
A avaliação e gestão do risco é inerente à actividade desenvolvida para os programas de natureza e ar livre. Qualquer actividade humana segura a 100% é inexistente.
Em consequência, quer a construção de um Plano de Segurança e Emergência para as instalações onde decorrem actividades deste cariz, bem como a definição dos Planos de Contingência a adoptar para cada uma das actividades, em função do seu grau de risco, pressupõe a avaliação do risco e são factores cruciais para a sua gestão de forma consciente, e para o alcance do seu objectivo final, também é inerente esta avaliação para a vivência plena das actividades por parte dos participantes.
No plano teórico, elementos simples servem de enquadramento a uma triologia clássica na Avaliação e Gestão do Risco, tendo em conta os factores decisivos de tempo e circunstâncias envolventes:
1. Recolha de informação tão ampla e completa quanto possível.
2. Análise da informação, construção de cenários, listagem de opções e interacções.
3. Tomada de decisão e rapidez na acção.
De uma forma mais complexa, a metodologia para a avaliação e gestão do risco percorre por 5 fases, de modo a construir um sistema de elevados padrões de exigência:
1. Reconhecer os tipos e níveis de risco inerentes a cada actividade.
2. Analisar os factores de causa-efeito.
3. Determinar as acções e medidas a tomar; elaborar mapas e procedimentos.
4. Rever assiduamente em face de acontecimentos e novas ameaças.
5. Estabelecer medidas correctivas.
Em função dos objectivos dos diferentes programas de actividades, diferentes graus de risco podem ser aceitáveis e devem ser parametrizados em função das suas características. A definição do nível de risco aceitável faz a diferença entre o bem estar e a incomodidade, entre o prazer e o sofrimento e no limite, entre a vida e a morte.
Forçar os níveis de risco aceitáveis para cada actividade, provocará a insegurança, potenciará conflitos, aumentará a possibilidade de descontrolo e, por fim, o insucesso daquela actividade.
Perceber o nível de risco aceitável em cada actividade e programa, bem como a determinação dos factores essenciais para determinados objectivos da actividade, permite adequar a gestão de risco em qualquer etapa, de modo a gerir o ciclo de avaliação do risco: identificar os riscos, decidir como gerir o risco inerente ao programa, assim esteja de acordo com os objectivos traçados
Avaliar o que pode correr mal em qualquer actividade requer o cuidado necessário e experiência considerável para identificar o tipo de situações e acasos que possam acontecer nas actividades de Aventura. Conhecer as experiências anteriores e as referências de solução, bem como ler os manuais ou trocar experiências com pessoas mais experimentadas pode ajudar a desenvolver esta experiência.
A análise das situações mais sistemáticas que podem influenciar o desenrolar das actividades em sentido desviante do objectivo traçado, pode ser vista sob a perspectiva de 3 eixos, fontes do risco:
Actividade – as coisas que tipicamente podem corer mal
Participantes – a sua perícia única e o nível de conhecimento
Envolvente – o tempo, as condições de superficies, o equipamento, etc.
Caso as consequências dos riscos identificados acima sejam inaceitáveis em função dos objectivos do programa, logo são requeridas outras estratégias de Gestão do risco. Estas podem estar assentes em 3 princípios básicos:
- Reduzir o risco pela tomada de precauções adicionais.
- Avaliar o risco inteiramente.
- Proceder porque o risco parece aceitável.
Em resumo: este sistema simples de Avaliação e Gestão do Risco torna-se quase uma menomónica para o staff e deve ser lembrado quando dele precisam.
Porém, a experiência e o treino é que tornarão os monitores mais habilitados para prever e antecipar as medidas mais adequadas perante as situações imprevistas surgidas em actividades com maior complexidade e perante os acasos de interactividade na natureza.
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