Comunicação empresarial – boas práticas na utilização da Internet
O actual contexto de elevada competitividade empresarial leva as empresas a procurar a sua vantagem concorrencial na construção de uma identidade institucional distinta: na perspectiva dos consumidores, a percepção de uma imagem de marca.
A comunicação empresarial assume assim uma importância acrescida e transversal a toda a organização. Do conjunto das técnicas de comunicação institucional, as relações com os media são talvez uma das áreas que mais sente o efeito das novas tecnologias. Com efeito, a Internet alterou profundamente os fluxos de comunicação entre a empresa e os media, com canais de divulgação da informação rápidos e abrangentes.
Steven Ross e Don Middleberg realizaram nos EUA um estudo “Media in Cyberspace”, onde analisaram o modo como os jornalistas usam a intemet: em 2000, já 75% dos jornalistas usavam a Internet diariamente para pesquisas (face a 48% em 99) e uma significativa percentagem para obtenção de imagens (52%). Nos últimos anos, estas percentagens estarão já próximas dos 100%.
Conscientes da importância da Internet, as empresas apressaram-se a disponibilizar conteúdos para os media: surgiram os “online pressrooms”, que por vezes se limitam a incluir os Comunicados de Imprensa, deixando por aproveitar todo o potencial interactivo da Internet.
Um canal online para os media deve ir de encontro ao que a maior parte dos jornalistas procura na internet: informações sobre empresas (dados financeiros, comerciais, ete), ideias para artigos, download de imagens, calendários de eventos, e muitas vezes os contactos da empresa para entrevistas, que inclusive podem fazer-se por mail.
Um site deve ser para os jornalistas uma fonte de informação empresarial rápida e credível, o que passa pela implementação de alguns aspectos fundamentais:
– Rápida identificação com a sua finalidade e destinatários: as empresas devem identificar claramente na sua homepage uma área autónoma destinada à imprensa.
– Conteúdos actualizados sobre a empresa, a marca e o mercado. Uma mais valia representará a disponibilização de estudos, que sirvam de base a artigos de interesse geral.
– “Pressroom Online”, que inclui tradicionalmente os comunicados de imprensa, por ordem cronológica ou assunto. Deve existir uma ferramenta de pesquisa rápida e flexfvel, que permita localizar facilmente o que o jornalista procura.
– Calendário de eventos (ex. divulgação de resultados, lançamento de produtos) é fundamental para incentivar o retorno ao site.
– Banco de imagens para download, que permita ilustrar uma variedade de temas (pessoas, instalações, produtos) e cuja utilização seja livre e grátis; também o portfolio de logotipos evita a utilização incorrecta dos símbolos e contribui para a uniformidade e coerência gráfica da marca.
– Formulário de registo para jornalistas, que permita uma maior interactividade com aqueles: enviar alertas de publicação, direccionar os conteúdos em função dos temas de interesse, etc. Ou seja, segmentar a divulgação de informação no sentido de a tomar mais dirigida e mais útil.
– Disponibilização dos contactos oficiais da empresa, para que o jornalista consiga um esclarecimento adicional, uma entrevista, etc.
Por último, cumprir uma regra básica da gestão da comunicação: divulgar, de forma rigorosa, oportuna e na medida da sua relevância, a informação da empresa junto da sua audiência, evitando contribuir para uma “cacofonia” de informação, cujo efeito é contraproducente.
Passados poucos anos, a sua extensão como canal de comunicação democratizado, verificou-se a evolução vertiginosa do mundo virtual e pela sua facilidade de construção, os blogs assumiram também um papel de comunicação institucional das empresas, podendo evoluir um pouco mais, no sentido de efectivar a interactividade com os profissionais dos media.